sexta-feira, 14 de outubro de 2011

UM APRENDIZADO DIFERENTE!

Como professor de Direito Constitucional sempre coloco em discussão vários temas atuais e relevantes principalmente sobre direitos fundamentais.
É interessante propor discussões acerca da liberdade de religião, do direito à vida, pena de morte, aborto, cotas raciais, eutanásia etc.
Essas são as aulas que mais curto, pois possibilitam ouvir mais do que ser ouvido e eu acabo aprendendo demais.

domingo, 9 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA LIÇÃO PARA TODOS!

Certas experiências não podemos perder a oportunidade de compartilhar.
Ouvi uma história essa semana que gostaria de reproduzir aqui, propondo uma reflexão.
Em uma escola de São Paulo, um casal matriculou seu filho de 5 anos portador de necessidades especiais.
O filho tinha uma doença degenerativa e, portanto, possuía limitações em seus movimentos, utilizando-se de uma cadeira de rodas para se locomover.
Após alguns meses, o casal recebeu uma convocação da escola para comparecer a uma reunião com a coordenação.
Nesta reunião, os pais foram informados que professores estavam preocupados com o rendimento da turma em relação ao cumprimento do conteúdo programático.  Havia relatos de que as limitações do garoto proporcionavam um atraso na educação dos demais colegas.
 No entanto, antes de solicitar a retirada do menino, os diretores da escola preferiram contratar uma socióloga para analisar a situação.
Durante os estudos, a profissional entrevistou os professores que afirmavam haver enormes dificuldades em manter a ordem na sala, haja vista a necessidade de se dedicarem ao aluno especial.
Além de limitações de movimentos, o garoto tinha dificuldade para falar e sua educação tinha que ser algo bastante particular.
Depois de entrevistar professores, a socióloga resolveu entrevistar os coleguinhas de turma.
Perguntados sobre as dificuldades do amiguinho, os alunos respondiam que ele falava meio enrolado, mas que era só prestar bem atenção que ficava fácil entender e quando não entendiam perguntavam e ele repetia.
Um dos amiguinhos disse que o colega tinha que ser levado para o pátio na hora do intervalo e que eles revezavam nessa tarefa.
Interessante que, baseada nos relatos dos professores, a socióloga descobriu que o menino tinha "ataques" de euforia durante a aula e que nesse momento a aula era paralisada pelo professor.
Entrevistados sobre tal "ataque" os amiguinhos disseram que era fome, que era só dar-lhe o lanche que ele logo parava com os "ataques" e ficava contente novamente.
Para surpresa da socióloga, os alunos disseram que o rapaz era o primeiro a ser escolhido na hora do futebol, isto porque ele era o melhor goleiro da escola, já que utilizava sua cadeira de rodas para "fechar" o gol.
Durante a entrevista com os alunos, a socióloga pôde notar que eles aprendiam muito mais com aquela convivência do que com as matérias dadas pelos professores.
Percebeu que o atraso no cronograma das aulas era um problema muito pequeno perto daquela experiência inclusiva pela qual aquelas crianças estavam passando.
Enquanto os professores, educados sem qualquer preocupação inclusiva, tinham enormes dificuldades para ministrar suas aulas e lidar com a situação, os alunos, na faixa de cinco anos de idade, davam uma verdadeira aula sobre a convivência com as diferenças.
Essa história demonstra a necessidade de uma reflexão sobre educação inclusiva e nos faz concluir que não aprendemos a lidar com as diferenças porque não convivemos com elas, como essas crianças conviveram.
A educação inclusiva é muito mais do que uma forma de defesa dos direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais, é a defesa de um direito de todos. Todos nós temos direito a essa lição de vida!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A DEMOLIÇÃO DA JUSTIÇA

Inacreditável! Essa foi a palavra que veio a minha cabeça quando fiquei sabendo da notícia da demolição do prédio do "Novo" Fórum de Rio Preto.
Morei em frente à obra durante dois anos e pude ver altos e baixos sobre a construção.  De repente se via operários trabalhando até tarde e como um passe de mágica a obra parava.
Até aí se pensava: - No Brasil as coisas saem na marra!
Nessa altura já eram apontados problemas como a falta de espaço.  O prédio já não comportaria as tantas varas da Justiça Estadual de Rio Preto.
Vejam só como estamos lendo na cartilha dos poderosos, mesmo com os altos e baixos da obra e com essa informação de que "NOSSO" Fórum nasceria pequeno, acreditamos que a obra sairia em breve e desafogaria o antigo Fórum do centro da cidade.
Percebam a tolerância!  Mas ela tem limites...
Agora vem a notícia de que a obra tem graves erros de fundação e terá de ser demolida!
Meu Deus! (desculpem usar o nome Dele, mas diante disso foi o que restou invocar)  Como pode uma obra de atendimento à Justiça durar tanto tempo, consumir tanto dinheiro público e criar esperanças nos operadores e usuários da Justiça ser levada ao chão?
Dos muitos absurdos que já vi na vida esse me parece um dos maiores, senão o maior, pelo menos no campo profissional é.
Já nem discuto a questão dos benefícios de se ter um prédio da Justiça ali, longe do centro, ao lado da Justiça Federal, da Receita Federal e da Justiça do Trabalho, melhorando o atendimento à população, o trânsito e as instalações dos funcionários.
Mas agora a discussão é outra!  Esqueçamos o Fórum, ele foi um sonho, que acabou (ou vai acabar) no aperto de um botão, que acionará dinamites e tornará tudo pó.
Cadê a OAB, o MP, a Magistratura para apontar os responsáveis?  Não é possível que isso seja mais um exemplo de impunidade do Brasil e bem debaixo dos nossos narizes.
A sociedade não pode assistir a Justiça e o dinheiro público virarem pó e os responsáveis ficarem impunes.