sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O TOURO ESPANHOL E O TOURO BRASILEIRO

Recentemente Barcelona se despediu das touradas. Uma festa tradicional na Espanha mas que ao longo dos anos foi alcançando um nível de revolta muito grande.
O fim das atividades foi comemorado por 180 mil pessoas que são resonsáveis por um abaixo-assinado elaborado pela organização Anima Naturalis.
A tauromaquia, técnica de domínio de touros utilizada nas touradas, é uma prática ovacionada em alguns países como Espanha, México, Colômbia, Peru e Venezuela.
No Brasil a tourada foi proibida em 1934 junto com as rinhas de galo.
Apesar da tradição que possuem na Europa, as touradas vêm perdendo espaço para as reivindicações populares em prol dos animais.  Como se sabe o touro é sacrificado ao final da batalha que trava com o toureiro.
No Brasil há uma discussão sobre o fim das montarias nas festas de peões, um evento que movimenta muito dinheiro desde cidades pequenas até grandes centros do ramo como Barretos e Jaguariuna.
Ativistas apontam a dor produzida por artefatos utilizados na montaria como responsável pelos saltos de bois e cavalos que levam os peões ao chão.
O fato é que shows de artistas famosos, cervejarias, patrocinadores, prefeituras, enfim, uma grande força financeira aposta nessas festas como forma de entreterimento e promoção de cultura para o povo.
Se na Catalunha foi necessária uma mobilização de 180 mil pessoas para se chegar a extinção das touradas, imagino que no Brasil a questão é bem mais complexa.  E de fato é!
Primeiramente é preciso oficialmente derrubar alguns mitos, como por exemplo a tortura dos animais.
Ativistas precisam demonstrar a realidade que se esconde nos bastidores dessas festas, para, depois, mobilizarem aqueles que compartilham da idéia do fim das montarias.
O conflito entre causas ambientais e tradições como tourada, matança de golfinhos etc tem demonstrado que os ativistas levam larga desvantagem frente ao poderio econômico, mas é verdade que há vitórias pontuais, como em Barcelona, por exemplo.
Aqui no Brasil a questão da proteção dos animais é levada muito a sério e possui a adesão de enorme gama de grupos protetores. Em Rio Preto mesmo temos boas associações protetoras de animais.
Voltando às festas de peões enxergo uma pequena chama acesa que já caminha para uma mobilização social importante que irá abrir a discussão para as autoridades.  O problema que essas mesmas autoridades patrocinam as festas e as utilizam como palanque eleitoral.
A questão deverá envolver uma mobilização popular muito grande, capaz de fazer com que políticos enxerguem seu palanque na causa protetora dos animais, caso contrário, deputados, senadores, prefeitos, governadores continuarão subindo nos palanques das festas dos peões para pedir votos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Gentileza gera gentileza

José Carlos é empresário bem sucedido que humildemente começou sua vida numa cidade do interior de Minas Gerais.
Aos dezoito anos abriu uma pequena empresa de venda de materiais de construção que hoje é uma das maiores do país.
Mesmo diante do sucesso e do dinheiro ele sempre se manteve com a mesma postura, sempre cativante e desapegado às coisas materais.
Com vinte e cinco anos se casou com sua primeira namorada com quem teve dois filhos.  Dois meninos lindos, um que hoje tem cinco e outro que tem três anos.
Dedica seu pouco tempo de descanso com atividades com os filhos e a esposa.
Adora esportes e sempre que pode dá uma corridinha para manter a forma e liberar toxinas.
As pessoas consideram José Carlos como um amigo de sempre.  Daqueles que ajuda sempre que precisa e que curte ficar na presença de amigos batendo papo e jogando conversa fora.
Outro dia comprou um carro novo, uma dessas camionetes grandes completinha.
Trocou um sedan luxuoso por uma camionete imponente.
O sempre paciente Zé Carlos preferiu um carro grande para disputar espaço com as "dondocas" como ele se referia às motoristas.
Outro dia, voltando pra casa após um cansativo dia, Zé levou uma fechada de uma "dondoca" que resolveu mudar de faixa para poder fazer uma conversão.  A ausência do uso de seta levou Zé a loucura.
Ele buzinou, jogou o carro pra cima, evitou a conversão e enfim, abaixou o vidro e mostrou seu dedo médio erguido, além, é claro, de vários palavrões em tom estérico.
A esteria durou alguns minutos e quando toda aquela cena se acabou Zé se deu conta de que acabara de proferir uma cena lamentável perante uma das executivas mais promissoras do ramo da construção civil.  A diretora da maior empresa fornecedora de materiais para sua empresa.
Realmente lamentável, pois a educada executiva o reconheceu e ficou indignada com tamanho destempero de uma pessoa a qual sempre considerou exemplo de educação e dignidade.
Zé chegou em casa abalado.  Pôs-se a pensar e só pôde lamentar que dentro de sua camionete imponente se transformasse em um ser agressivo e voraz, intolerante e impaciente.
E pensar que o trânsito está cheio de Zés, monstros que despertam no interior de veículos, fazendo deles uma arma letal.
Talvez esses Zés não conheçam a máxima: "gentileza gera gentileza". Uma pena!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

TRANSPARÊNCIA 2012 - #vergonhariopreto

O movimento #vergonhariopreto pretende divulgar às vésperas da eleição os nomes dos vereadores que votaram a favor da criação dos 230 cargos em comissão da Prefeitura de Rio Preto.
Essa atitude é uma forma de "lembrar" a população sobre o posicionamento dos representantes legislativos durante um tema tão importante.
Mas isso é pouco!  A sugestão que faço ao movimento é que lembre a população os nomes dos "apadrinhados" que permanecem em cargos em comissão durante quatro anos, rezando a cartilha do Executivo e depois pregam uma independência na época da eleição.
Já tem partidos superlotados com nomes nessas condições, são fichas e fichas distribuídas para "manutenção" do cargo.
A população precisa saber quem são os candidatos que se "amarraram" a esses cargos e que agora buscam votos em retribuição e como forma de continuarem no cargo em uma eventual vitória majoritária do Governo.
Muitas pessoas não sabem que seu candidato tem um cargo pois o próprio candidato oculta tal situação.
Não é errado possuir cargo em comissão.  O errado é esconder isso do eleitor.  O cidadão tem o direito de ser informado sobre quem participou e como participou do governo.  Se chegou por méritos, por indicação política ou por troca de favores. Se trabalhou ou não!
O movimento tem o compromisso de informar o eleitor sobre vereadores e sobre os apadrinhados.  Isso evitará o sucesso de qualquer manobra política nesse sentido.
A política quando feita com transparência proporciona o voto consciente e, acima de tudo, livre.
Fica a sugestão!