A entrevista do Pastor Silas Malafaia à jornalista Marília Gabriela no último domingo deixou muita gente chocada.
O Pastor mostrou total intolerância em relação a homossexuais sob argumento bíblico.
Para ele, o homossexual tem cura.
Perguntado se uma criança abandonada poderia ser criada por um casal homossexual, Malafaia disse que não. Foi incisivo!
O fato é que a intolerância do Pastor deixa muita gente indignada, mas é preciso olhar para o próprio umbigo, pois a indignação só é verdadeira quando a intolerância não está dentro de nós mesmos.
Como professor deparo-me com trabalhos de monografia que desafiam o tema. Neste semestre por exemplo tenho duas alunas que desenvolvem trabalhos neste sentido.
Sempre oriento as pessoas (alunos) a buscarem argumentos jurídicos para seus trabalhos, mas o aspecto religioso é inevitável e deve ser considerado nesse tipo de obra.
O Pastor Silas afirma que a genética só reconhece dois tipos de seres humanos, o homem e a mulher e que portanto não há na ciência qualquer fator que possa identificar um homossexual como uma "terceira" espécie de ser humano.
O argumento é fraco, senão inexistente, haja vista que estamos tratando de um assunto relacionado ao comportamento humano.
Homossexuais não são novidade na História Mundial. Pelo contrário, há constatações de que a prática é tão antiga quanto a própria Humanidade.
Os animais, seres irracionais, praticam-na da mesma forma.
A luta pelo direito de igualdade dos homossexuais é vista por ele como uma afronta à sociedade. O combate à discriminação por opção sexual é tido como uma guerra de princípios contrários à ideia de família.
O que assusta ainda mais é que Malafaia é um líder religioso, tem um "rebanho" numeroso e propaga tais ideias como sendo verdades absolutas.
Confesso que poucas vezes vi Marília Gabriela nervosa e inconformada. Em alguns momentos o Pastor dominou a entrevista e deixou a jornalista apática.
Mas ao final Marília Gabriela desejou ao Pastor que o "seu" Deus o perdoe e ele respondeu dizendo que sim, pois é um pecador.
5 comentários:
Bom dia Professor...
Respeito a opinião do Sr. Agora eu como cristão em dados momentos entendo o quanto o Pr. Silas é incisivo, por outro lado como cristão... Temo que leis como a PL venha ser um instrumento de perseguição as práticas religiosas, até o presente momento é a única coisa que consigo ver... Embora discorde da prática homosexual não significa que não goste de quem seja. Nesse sentido por mais radical que o Pr. Silas seja, não sinto que ele esteja levantando uma Jirah aos homosexuais. Acredito que em príncipio o que se deve é ter um esclarecimento geral sobre essa lei, pois até o presente momento o único que se habilitou a explicar ela com expressão nacional tem sido o Pr. Silas Malafaia, oque de certa forma acaba parecendo ser tendencioso. Como estudante de direito, me sentirei seguro no momento em que entender que essa lei não seja para o benefício de uma classe em particular. O que eu discordaria veemente também se fosse outra classe, não deixando de dizer que respeito sim o direito de eles se defenderem, desde que não fira o interesse coletivo. Um abraço...
Só temo que dentre os assuntos debatidos sobre a lei PL 122 venha ser utilizada como instrumento de perseguição, digo isso como um cristão. Agora como estudante de direito acredito que falta um esclarecimento maior no que se refere a essa lei. Entendo o direito do grupo gay em correr atrás da sua proteção, agora só vejo que enfrentar a igreja está sendo um jogo pra promover a causa.
Agora certo pontos da lei um tanto subjetivo quanto a interpretação, exemplo:
"Artigo 4º: Praticar o empregador, ou seu preposto, atos de dispensa direta ou indireta. Pena: reclusão de 2 a 5 anos."
O que vai demonstrar a dispensa desse empregado, considerando se foi por justa causa, diminuição do quadro de empregados, ou mesmo preconceito.
Outro ponto crítico defendido pelo Pr. Silas no qual eu gostaria da interpretação a luz do Direito.
Artigo 16º, parágrafo 5ª: O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.
...
Nisso venho demonstrar minha insegurança como um cristão, pois oque se passa na minha mente quando vejo uma lei dessas é Ministro sendo presos por não fazerem um casamento de pessoas do mesmo sexo, cristãos sendo preso por que o funcionário dele foi dispensado e afirmou ser preconceito. Ou seja, o lado de cá (Evangélicos) é essa sensação que dá quando se fala da PL 122.
Assim fico aberto a discussão e orientação para maior esclarecimento sobre a referida lei.
Abraço a todos...
Daniel Jr
Será que ele dispensa o dízimo homossexual?
Professor, eu também vi a entrevista e fiquei indignado. É incrível a capacidade de oratória desse pastor, eu que, tenho um certo conhecimento, quase fui convencido por ele em certos trechos, imagine as pessoas menos favorecidas culturalmente. Uma pena que, um dom divino usado para propagar o mal. Belo texto, abraço.
Professor, eu sou Evangélico, e, apesar de a Bíblia conter sim condenação a alguns tipos de comportamentos homossexuais (não sou eu quem está dizendo, é a Bíblia), acho incorreta a postura do Silas. Ele tem uma mentalidade tacanha. É como o preconceito contra cor, raça, status social. Ainda existe em todos os países mesmo os de primeiro mundo. O que devemos separar são os direitos do ser humano das crenças religiosas. Se a pessoa opta por ser cristão, provavelmente vai passar por algum conflito interno ao ler a Bíblia. Alguns inclusive a distorcem. Contudo, como seres humanos, eu sequer gosto de dizer que "os homossexuais são como nós, ou os negros são como nós", eu entendo que se dissesse isso eu estaria fazendo diferença. O homossexual chama Carlos, marcelo, renato? O negro chama Carlos, marcelo, renato? Porque negro é cor e homossexualismo é o que a pessoa gosta, ninguém tem que opinar. O que eu aprendi com a bíblia, mais do que condenar o homossexualismo em qualquer de suas formas, foi que devemos amar o próximo da mesma que queremos nosso próprio benefício. É não julgar e estender a mão. Pra mim, professor, o que passar disso, é preconceito e "intrometimento" de vida alheia, não é religião.
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