PREFEITO
Finalizada a eleição e começam as análises.
Bem interessante analisar as eleições sob vários contextos.
Começo a análise pelas pesquisas, elas sempre erram, mesmo quando acertam. kkkk
Valdomiro Lopes soube se aproveitar bem da condição de prefeito e faturou no primeiro turno.
Creio que podemos pontuar alguns fatores que contribuíram para isso.
Primeiro, o próprio instituto da reeleição privilegia o detentor do cargo promovendo desigualdade em relação aos demais concorrentes quando possibilita exercer o cargo e se candidatar ao mesmo tempo. Esse é um fator que leva a maioria dos prefeitos, governadores e até Presidente a serem reeleitos.
Outro fator se deve à falta de oposição na Câmara Municipal. Valdomiro governou sem um grupo de oposição suficiente para convocar secretários e muito menos para abrir investigações importantes. Esse fator é fundamental para que o governo seja bem avaliado pois ao eleitor passou a ideia de que o governo nada tinha de sério para ser investigado pelo Legislativo, em que pesem as denúncias investigadas na Polícia e no Ministério Público.
A coligação excessiva de partidos também é um fator importante. Enquanto Manoel Antunes, João Paulo, Bellodi e Marcelo Henrique possuíam apenas 34 candidatos a vereador em cada uma de suas coligações, Valdomiro possuía quase 300, fora o tempo de rádio e TV.
Os candidatos a vereador, ao fazerem suas próprias campanhas, transformam-se em cabos eleitorais aguerridos, capazes de agregar ao prefeito muitos votos. Essa realidade mostra como foi desigual a campanha sob o contexto do número de pessoas trabalhando para o prefeitão.
Um fator que obviamente não pode ser desprezado, sob o contexto da conscientização do eleitor, é o aspecto financeiro. Não podemos esconder a sujeira pra debaixo do tapete. O dinheiro é fator preponderante numa disputa eleitoral, seja qual for o cargo pretendido.
Valdomiro teve nas mãos disparadamente a maior quantia de recursos financeiros, soube explorar isso com horário eleitoral e material de campanha de qualidade.
Manoel Antunes, por exemplo, fez sua campanha com recursos mínimos e sabemos que isso foi fundamental para uma queda acentuada no seu percentual de votos. Já Bellodi teve recursos mas teve que se fazer conhecido, uma dificuldade que já sabia que enfrentaria.
Não bastassem todos esses fatores tivemos uma verdadeira confusão em relação a maior denúncia do governo. Até hoje o eleitor não sabe ao certo o que ocorreu. As poucas notícias falam em Rio Grande do Norte e Rio Preto, associam informações que o eleitor não tem como certas.
Esse fator, que poderia ser considerado negativo, acabou sendo positivo pois a dúvida é algo que deixa o eleitor tranquilo para votar no candidato, diferente da certeza. Essa sim eliminaria muitos votos.
A continuidade de obras é fator decisivo também. Valdomiro, é inegável, fez muitas obras na cidade e deixou, as vezes propositalmente, muitas sem a devida conclusão.
Essa falta de conclusão leva o eleitor para a ideia do continuísmo. É preciso lembrar que, tradicionalmente, novos prefeitos não concluem obras de seus adversários ou as mudam só para não dar o gostinho de que terminaram aquilo que era do governo passado. Uma tradição nada inteligente!
Agora é hora de fiscalizar o "novo" governo e torcer para que seja o governo da "união", como pregou o prefeito em seu discurso após eleito.
VEREADORES
E a Câmara? Com apenas 7 vereadores reeleitos será que teremos sinal de renovação?
É com imenso pesar que analiso como uma renovação de nomes, mas não de ideias.
Os "novatos" em sua imensa maioria são da base do governo Valdomiro.
Alguém pode indagar: Mas o que tem isto demais?
Tivemos 4 anos para assistir a relação entre Câmara e Prefeitura e sabemos que ela é promíscua, afastando os vereadores da base do governo das funções legislativas e fiscalizatórias.
Não tivemos sequer uma convocação de secretários aceita pela Câmara. Isto é preocupante sob o ponto de vista da autonomia dos poderes, sem contar a baixa produtividade de leis.
Ser da base do governo não pode significar um vínculo permanente e que não se rompe nem sob as mais evidentes indicações de corrupção.
Ao que se vê, nada irá mudar.
Apenas três vereadores de oposição: Marco Rillo, Celi e Jean Charles.
Os demais sinalizam para uma manutenção daquilo que já vem ocorrendo.
Pauléra deve dar lugar a Daniel Caldeira, exatamente o que o prefeito evitou na eleição passado quando o sindicalista foi suplente de Marco Rillo e Farath. Acabou tendo o gostinho de ser vereador por apenas 60 dias. Se bem que há a possibilidade de Pauléra tentar novamente a presidência da Casa, o que evitaria um foco de incêndio no movimento #vergonhariopreto com a vinda de Caldeira.
Jorge Menezes deve dar lugar a Piacenti e Marinho a Farath, que apesar de segundo suplente assumirá em razão do Dr Luiz Fernado (primeiro suplente) assumir a secretaria de saúde. Farath amargará mais uma vez a Câmara já que suas pretensões sempre foram a secretaria de esportes.
Renato Pupo é uma incógnita para o prefeito, pois tem um eleitorado elitizado e terá que ser cauteloso ao atender os interesses do Executivo para não cair na mesma armadilha que caíram Jorge Abdanur,Farath, Parisi e Onho, cujo eleitorado mais politizado não aceitou a posição de servente do governo na Câmara. Pupo sabe disso e tem pretensões muito maiores do que a Câmara. Aceitar uma secretaria talvez seja uma saída, mas para isso terá que analisar a repercussão de seu eleitorado, que o elegeu para mudar a Câmara.
Fabio Marcondes, Carlão do JC, Gerson Furquim, Alessandra Trigo, Junior, Maurin Larranhaga, Dr. César e Peixão, mais os suplentes que assumirem, serão o núcleo forte do governo.
Karina Caroline deve se juntar a esse grupo, pois, apesar de eleita pela coligação de oposição, deve seguir a cartilha de seu partido e se aliar ao governo Valdomiro.
Ao que tudo indica Pauléra, se ficar na Câmara, Dr. César, Gerson Furquim e Carlão deverão comandar a Mesa Diretora pelos primeiros dois anos.
É lógico que tem muita água pra rolar até a posse em janeiro, mas o quadro da "nova" Câmara, apesar de não contar com nomes como Jorge Abdanur, Farath, Oscarzinho, Onho, Parisi, ainda será refém do Poder Executivo, infelizmente.
Interessante notar que nenhum partido fez uma base forte. Até mesmo o partido do prefeito fez apenas 2 vereadores. Isto deixa a situação mais flexível a abalos, mas com certeza Valdomiro tirará isso de letra.
Outra curiosidade é a situação do PV que ainda conta com Lizt Abdala para chegar a uma cadeira no legislativo e desbancar Juniro do PTB. Lizt teve 2662 votos e é o mais votado do partido, se seus votos forem computados ele será mais um vereador eleito pela oposição. Basta saber, primeiro, se ganhará seu recurso no TSE e, segundo, se ficará na situação ou na oposição, caso eleito.
VICE PREFEITA
Ivani Vaz de Lima é uma das grande vencedoras da eleição municipal. Desponta como nome para a sucessão e deve contar com investimentos do governo do Estado para iniciar uma campanha para daqui 4 anos e pouco.
O PSDB vai investir pesado no segundo governo de Valdomiro em prol de Ivani.
É bem provável que ela continue na secretaria de assistência social a fim de não se apagar politicamente no cargo de vice. A posição de vice é ingrata do ponto de vista político, melhor é ser secretária.
VEREADORES ELEITOS
Marco Rillo
Paulera
Renato Pupo
Fabio Marcondes
Jorge Menezes
Marinho das Bombas
Dr. Cesar
Carlão JC
Cel Jean Charles
Peixão
Maurin
Karina Caroline
Gerson Furquim
Alessandra Trigo
Celi Regina
Junior
Marcio Larranhaga
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