Participo da política de Rio Preto desde os meus 16 anos, quando me
filiei a um partido político e iniciei uma militância idealista e responsável.
Como advogado fui autor de denúncias e defesas ligadas à política que se
restringiram a um trabalho jurídico, mas, acima de tudo, ao exercício da
cidadania. Fui presidente da comissão de direitos humanos da OAB Rio
Preto e sou doutorando em Direito Constitucional, exercendo a docência como uma
paixão.
Na última eleição me coloquei à prova me candidatando à vereador, obtive
1.327 votos, os quais sempre agradeci e tive orgulho de atribui-los a um
trabalho de reconhecimento.
No ano passado me filiei ao PDT a convite do seu presidente Denílson
Lugui, o prof Manoel Antunes e o ilustre deputado João Dado.
Passei então a compor a executiva municipal do partido, com uma atuação
política de construção.
O partido aposta na candidatura própria do professor Manoel Antunes, um
ícone da Política rio-pretense de quem me orgulho e tenho a honra de
compartilhar uma amizade verdadeira e com quem troco experiências políticas que
me enriquecem a cada dia.
Meu nome foi colocado como pré-candidato à vereador para a próxima
eleição. Confesso que meu projeto político inclui a vereança e o PDT me deu
todas as condições para encarar a disputa deste ano.
Nunca tive medo de encarar o sistema eleitoral. Que é digno de minhas
críticas em sala de aula pois atribui vantagens àqueles que detém condições
econômicas favorecidas e, no mínimo, contestáveis.
Há notícias de candidatos a vereador que gastarão mais de setecentos mil
reais nas eleições deste ano.
Mas de onde vem esse dinheiro? A quem interessa a eleição deles?
Enfim, não sabemos exatamente, mas sabemos que não é ao povo que
interessa. Aliás, ao povo é quem menos interessa.
Mas quem quer mudar não pode ter medo de encarar esse mecanismo
econômico de manutenção de um sistema de dependência existente entre
Legislativo e Executivo, pelo qual vereadores passam a ser atendentes do
Prefeito nas votações da Câmara e que recebem em troca favores retribuídos a
eleitores e redutos eleitorais.
Mas a vida me levou a outro caminho!
Fui obrigado a fazer uma escolha!
Hoje sou professor no Centro Universitário de Rio Preto, função que
exerço há 10 anos com orgulho, e na Universidade Estadual de Minas Gerais o que
toma minhas manhãs e noites de segundas a quintas feiras, além de fazer
doutorado em Bauru às sextas e sábados, e de advogar no período da tarde.
Mais que isso e, principalmente, sou pai e marido. O pequeno Pedro
me sorri todas as manhãs e traz a felicidade a mim e a minha esposa
Amanda. Essa alegria é única e pretendo aproveitá-la ao máximo.
Como educador sei que o sonho de ter um filho não se limita a tê-lo, mas
sim de acompanhar cada passo com o objetivo de torná-lo um cidadão do bem.
Tudo isso me levou a optar pela minha família e carreira, deixando de
lado um projeto político.
Desde o início meu compromisso com o PDT foi de construção de uma
candidatura própria e não abandonarei essa missão.
Diante disso fui nomeado pelo presidente Denílson
Lugui coordenador da campanha do professor Manoel Antunes e dos candidatos
a vereador pelo partido. Aceitei essa tarefa com muita honra e comuniquei
ao professor que iremos fazer uma campanha digna, cujo diferencial será a
demonstração de que é possível não se entregar ao sistema enraizado em outras
candidaturas.
Sabemos que não será fácil enfrentar a máquina administrativa e o rolo
compressor de outras candidaturas, mas apostaremos numa candidatura diretamente
ligada a projetos modernos para a cidade, sempre apoiados na honestidade de
quem já mostrou sua capacidade administrativa.
O PDT tem um projeto de governo pra Rio Preto que inclui uma política de
efetiva melhoria da vida dos rio-pretenses sem maquiagens eleitoreiras típicas
de governos anteriores, baseada em um desenvolvimento sustentável.
Minha escolha foi feita e, mesmo sabendo que muitos
ficarão decepcionados, pois acreditavam na minha candidatura, optei por não
decepcionar a mim mesmo e àqueles que me cercam de amor e carinho.
O sonho de ser vereador e promover qualidade a este Poder tão
desvirtuado nos dias atuais continuará latente em minhas veias. As
críticas e sugestões de uma Câmara melhor fazem parte da minha vida e não
deixarão de existir. O que abro mão é de
uma candidatura neste momento, não de uma participação política.
A política não pode ser meio de vida, pois é exatamente
quando se transforma nisso que modifica o indivíduo. A grande maioria se
elege com um discurso de mudança, mas se rende ao sistema nefasto de troca de
favores e acaba sendo mais um, apenas mais um.
Pessoas de bem que ganham a confiança dos eleitores,
mas que caem na regra do “todo mundo faz igual”.
Vereadores eleitos que aceitam cargos de apadrinhamento para proteger
seus redutos eleitorais e se limitam a dar nomes às ruas e promover homenagens
eleitoreiras, esquecendo-se da função de fiscalização, que fica totalmente
prejudicada com o apadrinhamento, e, primordialmente, da função de legislar em
prol do interesse local, previsto no artigo 30, II da Constituição Federal.
Minha opção não me cala, muito pelo contrário, deixa mais afiado meu
espírito crítico em relação ao legislativo local.
Aproveito para agradecer desde já o carinho que tenho recebido das
pessoas, esperando a compreensão dos meus fiéis eleitores que são dignos de uma
Câmara melhor, pois lutam pra diuturnamente para isso.
Agora preciso parar de escrever, pois meu Pedro quer brincar e é o voto
dele que preciso conquistar pra minha vida toda!
Abraços fraternos!
8 comentários:
desisto de tentar arrumar esse erro técnico.
Para visualizar o que está escrito na parte branca basta clicar e arrastar com o mouse.
Tentei de tudo para arrumar!
Desculpem nossa falha. kkkk
Mais um ótimo artigo professor... nada mais do que isso... PERFEITO!
Palavras sábias de um grande amigo! Henrique, poucos são os que se encorajam nas entranhas do mundo político para realizar, de fato, política. Parabéns!
Palavras sábias de um grande amigo! Henrique, poucos são os que se encorajam nas entranhas do mundo político para realizar, de fato, política. Parabéns!
Prezado Prof. Casseb
Como venho estudando, há alguns anos, as relações entre capital e poder, ou dinheiro e política, acredito que dificilmente haverá outra maneira de bons resultados eleitorais se não houver as alianças que tragam as pessoas para o projeto de governo, pois quem “compra” uma causa pública o faz através de seus próprios interesses e daqueles que lhes são afetivamente próximos. Não vejo e nunca vi altruísmos puros e desinteressados norteando a conduta de ninguém que esteja nas estruturas de poder hoje estabelecidas. O máximo a que o ser humano se debruça a fazer é atender seus interesses de forma legal e razoável participando uma grande parte dos cidadãos dos mesmos benefícios, num ambiente onde todos ganham e não há um perdedor. O que percebo é que a população em geral fica escandalizada quando percebe quem são os verdadeiros apoiadores das causas políticas e, principalmente, quais são os motivos de tal apoio. Entendo que a verdadeira raiz do problema de legitimidade dos apoios para um projeto político é a qualidade do dinheiro que financia as campanhas e todo o custo disso na gestão que se seguirá. Uns vendem apoio muito caro, outros são mais modestos e discretos, mas todos negociam seus interesses sopesados com os da coletividade. Há uma maneira de resolver isso: se alguém de posse de um projeto político reunisse os apoios financeiros dotados de carisma e respeito pela sociedade. Note bem: os apoios financeiros com carisma e respeito são raros no corpo social. Por quê? Porque os capitalistas detentores do poder econômico são os que mais trabalham para esmagar os esforços do sujeito médio eleitor, o sujeito que tem vida modesta e simples, empregado, com poder aquisitivo de pequeno alcance e que luta para um progresso mais substancial na sua capacidade de consumo das promessas de satisfação e bem estar que lhe são apresentadas diuturnamente através das mídias. É o próprio capitalista, que oferece um mundo de possibilidades aos ingênuos consumidores, que do outro lado lhe tira todas as garantias de poder atingi-las de forma estável, sempre elevando o grau de exigência para que os mesmos direitos sejam assegurados a si e a sua família. Quando o indivíduo eleitor médio pensa que está a conquistar seu espaço, vem alguém e diz que o preço ficou mais caro, que há necessidade de uma graduação, de uma especialização, de uma pós-graduação, de um doutorado, de um pós-doutorado, de uma experiência internacional, de uma imersão, de um MBA, de uma outra “personalidade” (ou nascer de novo), enfim, o doce sempre ameaça chegar na boca, mas logo é arrancado para um horizonte mais distante e extenuante. O que o capitalista quer é o máximo resultado com o mínimo de investimento, a matemática da economia se resume nisso. A questão é que o eleitor médio não vê que é valorizado nos seus interesses quando se vê como mero objeto ou recurso natural que pode ser preterido ao bel prazer do mercado, do espírito que enriquece a alguns e deixa bilhões fora do jogo, e do bem estar social. Portanto, entendo fundamental que o apoio de um projeto político deve ser legitimado pelas boas práticas que segue, pela legislação que cumpre, pelo tipo de exploração dos recursos naturais (dentre eles o recurso humano) que pratica, enfim, pela ética e responsabilidade que exerce no corpo social. Quando isso puder ser explicitado com transparência numa campanha de um projeto político, de forma a obter votos, em oposição ao vazio e desespero de causas fracassadas e insustentáveis do ponto de vista ético, econômico, jurídico e social de outros interesses exclusivistas, talvez façamos algum avanço no nosso processo civilizatório. Isso seria um projeto de oposição política contemporânea. Mas quais capitalistas seguem a ética e agregam respeito a uma campanha de projetos políticos? Pior, quais capitalistas éticos e respeitosos, hoje, se envolverão com campanhas de projetos políticos? Quem conseguir resolver essa equação será um ídolo do povo.
Paz e saúde,
André Luiz Rodrigues
www.andyorm.blogspot.com
Parabéns por sua escolha! A família deve sempre estar em 1º lugar. Certamente, no futuro, será nosso vereador, pois sempre nos transmitiu honestidade, falo como ex-aluna sua.
é, tudo isso não deixa de ser a mais pura verdade,um ditado muito falado pelo meu velho aqui de casa: " um homem virar politico é facil, agora um politico virar homem"ai que é o grande problema,"para ser politico tem que ser do coro grosso.", pense nisso professor, muito bom o seu texto, perfeito...familia em primeiro lugar, SEMPRE...
abraços
Manoel Estrela Matiel
Postar um comentário