quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TUDO NA SACOLA (PLÁSTICA)



A moda agora é contribuir com um meio ambiente saudável.
Até aí tudo bem!
O mundo passa por verdadeiro drama no que se refere ao tema. O desenvolvimento industrial e tecnológico desenfreado de décadas atrás foi determinante para grandes desastres ambientais.
A discussão ambiental é relativamente nova e surgiu em um momento de confronto com o crescimento das cidades.
O Brasil possui uma legislação ambiental exemplar, inclusive as normas constitucionais são tidas como modernas em termos de preservação do meio ambiente.

Talvez a discussão tenha chegado antes no nosso país em razão da floresta Amazônica que nos rendeu o título de um "país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza".
O fato é que sabemos que nossa realidade ambiental está longe da floresta Amazônica. Sabemos que nossos problemas são idênticos aos problemas de grandes países como Estados Unidos e países europeus.
Eu bato sempre na tecla: pra quê tantas leis? O que falta é fiscalização...e ponto final.
Do ponto de vista ambiental nossa vantagem é grande em relação aos países chamados de desenvolvidos, uma vez que estamos em desenvolvimento e temos a oportunidade de não cometer os mesmos erros que eles cometeram.  Mas isso parece ser inevitável!
Uma das principais questões que preocupam o mundo não é a falta de comida, pelo contrário, há estudos que apontam que o crescimento populacional não gera riscos de falta de alimento.  O que ocorre é a sua má distribuição, inclusive aqui no Brasil.  O que preocupa realmente é o lixo!
Não estamos sabendo eliminar nosso lixo. Reciclá-lo!
É preciso adotar uma cultura de separação do lixo, bem como cobrar do Poder Público a construção de usinas que aproveitem a energia gerada pelo lixo em prol de um meio ambiente mais apropriado.
Barcelona adotou um sistema de coleta de lixo invejável, ambientalmente correto. Lá existem caçambas de lixos nas ruas e esteiras rolantes subterrânes que levam o lixo até o local da reciclagem ou eliminação. Um exemplo de preocupação com a saúde pública e o meio ambiente.
Aqui a coleta de lixo é feita de forma desordenada e ainda convivemos com aterros, os quais transformam as cidades em núcleos urbanos cercados por lixo.
Sem contar a aglomeração de pessoas que ainda vive do lixo. São catadores de lixo expostos a doenças e humilhação, frutos de uma políca pública eleitoreira.  São o lixo humano!
Mesmo com a oportunidade de nos tornarmos um país ecologicamente correto, acabamos por repetir a incessante prática das leis. Insistimos em adotar rodízios de carros para amenizar a poluição e desobstruir o trânsito como em São Paulo, ao invés de impor às montadoras um prazo para a diminuição dos níveis de poluição de seus veículos. Por razões óbvias, é claro!
Preferimos proibir o uso/fornecimento de sacolinhas plásticas em supermercados, privando o consumidor do meio ideal de transportar suas compras, ao invés de impor a essas grandes redes a obrigação de fornecer sacolas recicláveis.
Na Europa as grandes redes fornecem sacos de papelão grandes e resistentes sem que haja qualquer lei impondo.
Hábitos ambientais não serão impostos por leis, mas sim por atitudes que as vezes também não geram o resultado esperado.
Em Blumenal (SC) foi instalado um sistema de aluguel de bicicletas públicas como existe em cidades européias como Paris, Londres, Barcelona e outras tantas, mas aqui no Brasil, depois de um ano e quatro meses da implantação, o Consórcio SIGA desativou o serviço.  A média de aluguéis das 50 bicicletas foi de apenas 4 por dia, o que inviabilizou o projeto.
O fato é que não podemos ficar esperando as atitudes (ou leis) do Poder Público, temos que tomar as nossas atitudes, que aliás no mais das vezes são simples, como escovar os dentes desligando a torneira, tomar banhos curtos, não jogar lixo na rua, utilizar menos o carro, usar transporte coletivo (esse é outro ponto que geraria uma imensa discussão, ainda mais em Rio Preto) etc, mas acima de tudo, cobrar medidas nesse sentido.
Somente a educação ambiental será capaz de transformar os hábitos das pessoas, que digam os pais dessa nova geração, a chamada geração Z, nascida após o ano 2000, que promove verdadeira fiscalização e, porque não, revolução, sobre essas atitudes cotidianas. Convenhamos, melhores fiscais não há, incorruptíveis!

3 comentários:

Amanda Borges Casseb disse...

aHoje, assistindo ao programa Mais Você da Rede Globo, uma das abordagens do programa foi o uso da sacolas plásticas, e a apresentadora Ana Maria Braga passou a informação de que na África, se alguém for pego utilizando sacolas plásticas, po...de ter até ser preso, e em um outro país, que não me recordo, quando pego as compras são confiscadas. O Brasil, não precisaria de uma medida tão pesada como essas mencionadas, porém há várias outras formas de solucionar o problema, a mais simples seria a conscientização da sociedade, ocorre que, mais uma vez, o problema está na raiz, na educação. O Brasil não investe em educação, e por consequência, somos todos "mau educados", o que torna ainda mais difícil termos a consciência de que precisamos preservar o meio ambiente. Porém, o que mais me choca é ver que eles preferem retirar as sacolinhas de supermercado de circulação, mas ainda assim você pode comprá-las. Ora, cadê mesmo a solução?! Dar polui, vender não polui?! Por que não responsabilizar as empresas que fornecem as sacolinhas, cobrando-lhes um percentual do valor que será vendido, a fim de utilizar na recuperação e preservação do meio ambiente?! Além disso, e as demais embalagens de plástico?! margarinas, shampoos, copos plásticos, etc?! Realmente, não consigo entender, qual a finalidade disso. Mais uma hipocresia. E nós, mais uma vez, somos taxados de ignorantes!

André Luiz Rodrigues disse...

O capital deve ser responsável por seus custos diretos e indiretos. Portanto, que as indústrias façam a tal "engenharia reversa" e recolham seus dejetos, reaproveitando-os no novo ciclo de produto. Assim não precisaremos de tanta matéria prima nova, nem o lixo (riqueza) ficará soterrada nos aterros. Detalhe: não é tão simples assim. O que farão os fornecedores de matéria prima nova? E a indústria do petróleo, as químicas, as de resinas, etc...??? Então, o consumidor é responsável por seus maus hábitos? E a indústria, e o capitalista, por empurrar produtos de primeira necessidade em embalagens que favorecem sua própria logística de fornecimento, produção e divulgação publicitária de forma mais economicamente viável, sem se importar com o destino disso depois? "A culpa é do consumidor, do cidadão, incivilizado, que não joga o lixo no lugar certo, não recicla!!!" Lembrem-se que há alguns anos atrás, as pessoas plantavam o que comiam e adotavam meios de estocagem de comida que não poluíam o meio ambiente. Agora, ninguém mais planta: somos dependentes da boa vontade do capitalista que nos fornece produtos do jeito que bem entende, como lhe é mais proveitoso. Isso sem detalhar as questões de substâncias tóxicas ou cancerígenas que ingerimos todos os dias, de brinde nos produtos. Teremos que compensar a irresponsabilidade dos "donos do mundo" se quisermos ter um meio ambiente mais saudável. Nós somos os "catadores de lixo", ou lixo humano, como você disse, trabalhando sempre para que a indústria não soterre a vida de todos nós com o descarte de seus dejetos e o subproduto de suas logísticas.

Paz e saúde,

André Luiz Rodrigues

fabio disse...

Muito bom o texto ! No Rio, tem o Bike Rio (patrocínio Itaú). Parece que funciona bem. =)

http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/itau-patrocina-programa-de-aluguel-de-bicicletas-no-rio