José Carlos é empresário bem sucedido que humildemente começou sua vida numa cidade do interior de Minas Gerais.
Aos dezoito anos abriu uma pequena empresa de venda de materiais de construção que hoje é uma das maiores do país.
Mesmo diante do sucesso e do dinheiro ele sempre se manteve com a mesma postura, sempre cativante e desapegado às coisas materais.
Com vinte e cinco anos se casou com sua primeira namorada com quem teve dois filhos. Dois meninos lindos, um que hoje tem cinco e outro que tem três anos.
Dedica seu pouco tempo de descanso com atividades com os filhos e a esposa.
Adora esportes e sempre que pode dá uma corridinha para manter a forma e liberar toxinas.
As pessoas consideram José Carlos como um amigo de sempre. Daqueles que ajuda sempre que precisa e que curte ficar na presença de amigos batendo papo e jogando conversa fora.
Outro dia comprou um carro novo, uma dessas camionetes grandes completinha.
Trocou um sedan luxuoso por uma camionete imponente.
O sempre paciente Zé Carlos preferiu um carro grande para disputar espaço com as "dondocas" como ele se referia às motoristas.
Outro dia, voltando pra casa após um cansativo dia, Zé levou uma fechada de uma "dondoca" que resolveu mudar de faixa para poder fazer uma conversão. A ausência do uso de seta levou Zé a loucura.
Ele buzinou, jogou o carro pra cima, evitou a conversão e enfim, abaixou o vidro e mostrou seu dedo médio erguido, além, é claro, de vários palavrões em tom estérico.
A esteria durou alguns minutos e quando toda aquela cena se acabou Zé se deu conta de que acabara de proferir uma cena lamentável perante uma das executivas mais promissoras do ramo da construção civil. A diretora da maior empresa fornecedora de materiais para sua empresa.
Realmente lamentável, pois a educada executiva o reconheceu e ficou indignada com tamanho destempero de uma pessoa a qual sempre considerou exemplo de educação e dignidade.
Zé chegou em casa abalado. Pôs-se a pensar e só pôde lamentar que dentro de sua camionete imponente se transformasse em um ser agressivo e voraz, intolerante e impaciente.
E pensar que o trânsito está cheio de Zés, monstros que despertam no interior de veículos, fazendo deles uma arma letal.
Talvez esses Zés não conheçam a máxima: "gentileza gera gentileza". Uma pena!
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