Como professor de Direito Constitucional sempre coloco em discussão vários temas atuais e relevantes principalmente sobre direitos fundamentais.
É interessante propor discussões acerca da liberdade de religião, do direito à vida, pena de morte, aborto, cotas raciais, eutanásia etc.
Essas são as aulas que mais curto, pois possibilitam ouvir mais do que ser ouvido e eu acabo aprendendo demais.
Outro dia, no curso de pós graduação da Unirp, propus uma discussão acerca do aborto de anencéfalo. Isto porque tramita no STF a ADPF 54 que em breve deverá concluir se é ou não permitido o aborto daquele feto cujo laudo médico constatou a falta de cérebro.
Neste caso é possível afirmar com certeza que tal feto nascerá e, em poucos minutos, morrerá.
A discussão em sala de aula mostrou um placar bastante desigual: apenas dois alunos mostraram-se favoráveis a proibição desse tipo de aborto.
Como professor me coube o papel de intermediário das alegações prós e contras.
Indaguei um dos alunos sobre o que o levava a conclusão de que não se deveria praticar o aborto no caso de anencefalia e ele me explicou com um exemplo:
"- Professor! Sou espírita e este caso aconteceu no centro que frequento!" - explicou o aluno - "Lá tinha um casal que frequentava o centro e buscava há anos ter um filho. Após muito tempo de luta veio o resultado positivo do exame. A gravidez era a notícia mais esperada pelos dois, mas pouco tempo depois precedeu outra notícia: o feto não tinha cérebro!"
Realmente a história chocava já em seu começo. E prosseguiu:
"- O casal buscou conversar com várias pessoas. A maioria aconselhava fazer o aborto para não passarem pelo constrangimento de uma gravidez cujo resultado já estava 100% previsto. Mas o casal resolveu ouvir a voz da própria consciência e prosseguir com a gravidez até o fim.
A gravidez passou sem que eles pudessem comprar o enxoval, sem que pudessem imaginar o futuro, planejar, enfim, passou...
Nasceu então uma menina, loirinha e que durante sete minutos arrancou sorrisos e lágrimas do casal e da família. A morte a levou, assim como previam os médicos.
A luta por uma nova gravidez foi intensa. As tentativas recomeçaram, apesar do trauma."
E foi aí que este meu aluno concluiu sua justificativa sobre o aborto:
"- Professor, ninguém me contou, eu estava lá no centro espírita quando um espírito se manifestou, como ocorre frequentemente entre nós. Tratava-se de um espírito de uma menina que logo se apresentou como loira e de aparência de cinco anos. Disse ser um espírito que muito sofreu, pois não tinha cérebro e sempre que tentava vir ao mundo seus pais interrompiam sua evolução por meio de um aborto. Mas que agora estava feliz, pois um casal, que estava ali presente na sessão, tinha lhe dado a oportunidade de evoluir, trazendo-a ao mundo por sete minutos e que, naquele momento, diante do casal ali presente e de todos (inclusive eu) aquele espírito pedia licença para retornar à vida nos mesmos braços que o acolheram".
A sala de aula ficou silenciosa. Eu perdi o comando. E veio o final da história:
"- O casal, aos prantos, gritava que SIM! Que aceitavam aquilo como uma missão! E pouco tempo depois veio a gravidez e uma menina loira que hoje tem cinco anos".
Difícil foi conter a emoção daquele momento! Jamais havia estudado o espiritismo para saber algo assim, ainda mais vindo de alguém que passou pela experiência.
Hoje, não resta dúvidas de que essas aulas de direitos fundamentais muito me ensinam e engrandecem meu viver.
Compartilhar isso aqui é possibilitar que o leitor acredite que não somos donos do destino de outras pessoas mas que podemos ser capazes de possibilitar a evolução da alma daqueles que nos cercam, trazendo-lhes luz e harmonia.
2 comentários:
Realmente emocionante o depoimento, cheguei a lacrimejar durante o texto... e também por acreditar no espiritismo entendo que seu aluno não deveria se posicionar contra o aborto... e sim a favor da descriminalização do mesmo, assim cada um teria mais direito ainda de escolher o tamanho do seu sofrimento e exercer o seu livre arbitrio.
Olha, muito interessante este seu post. Acredito plenamente que isto tenha realmente acontecido, com todos os detalhes reais e incontestáveis, apenas por uma pequena questão: o espírito. Aparições sobrenaturais são testificadas como verídicas até mesmo pela Bíblia, e outros livros de doutrinas religiosas. Como é fácil observar, com uma pesquisa mais a fundo, praticamente todas as religiões relatam fatos que podemos, resumindo, concluir como sendo os mesmos. Estudei muito, em meu tempo vago, sobre esses fatos. Não sou nenhum graduado no quesito, mas posso dizer que tenho bastante conhecimento. A mim fora revelado, pelos estudos, que os anjos, seres extrafísicos que se propagam pela luz, dela surgem e a emitem como forma. São eles também responsáveis por realizar as vontades de Deus, como operar milagres, por exemplo. Por esses detalhes, já podemos verificar que os anjos não possuem uma forma pré-definida, podendo se caracterizar em várias formas e maneiras, e que são seres poderosos também. Partindo deste ponto, e destas informações, que podem ser confirmadas em fontes mais confiáveis do que apenas o meu conhecimento, é sabido também que Lúcifer, o protagonista da rebelião celestial e estopim do conflito cósmico citado em várias religiões, pertence á classificação de anjo, não somente, além de ser relatado como o mais belo, formoso e poderoso entre eles. E a única missão descrita de Lúcifer é enganar, iludir e desviar o ser humano da atenção de Deus, fazendo-lo crer em qualquer coisa, menos na verdade divina. Todos os relatos dizem que alguns anjos caíram, se voltaram contra Deus, mas nenhum disse que deixaram de serem anjos. Ou seja, ao menos que se prove o contrário, eles ainda tem poderes. A base fundamental das religiões ocidentais, a Bíblia, também nos revela um fato muito importante, mas por muitos ignorados. De que a morte do ser humano é um sono que perdurará até a volta do salvador, a vinda de Deus. Não há relatos de espíritos humanos ascendendo aos céus, nem descendo ao "umbral", "purgatório" ou "inferno". Apenas o "sono", a morte, "do pó viestes, ao pó voltará". Arrebatamentos não podem ser confundidos com reencarnação, são bem distintos. Bom, poderia entrar em vários detalhes aqui, mas isso tomaria muito tempo, talvez horas, então, resumindo, o que quero salientar é que: como podem me provar que o tal "espírito" não era um anjo caído, talvez até mesmo Lúcifer, seduzindo um casal, e tantos outros que presenciaram o relato. E, se fosse um anjo, seria fácil, tratando-se de um ser tão poderoso, promover uma gravidez "milagrosa" no casal, somente para fazer cumprir sua sedução e poder de fazer-nos crer em qualquer coisa, menos no que livros tão fiéis, seguros, e poderosos, nos relatam. A Bíblia, se mau interpretada, ou mau analisada, talvez até pareça dar fundamentos a essas doutrinas, em partes. Mas se lembrarmos que ela mesmo no alerta de "doutrinas de falsos espíritos" e "religiões enganadoras e deturpadoras da verdade", fica fácil saber em que acreditar, e em entender porque fatos como esse acontecem tanto, principalmente nos últimos tempos. Eles existem, acontecem sim, e eu creio na maioria deles, porém não vejo com os mesmos olhos que céticos e não conhecedores da palavra veem!
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